quinta-feira, 7 de abril de 2011

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12 crianças morreram e ainda vai rolar bate-boca no trânsito congestionado; brigas vão acontecer porque alguém olhou para outro com uma cara estranha; conflitos serão travados por causa de limites de propriedade; novas e elaboradas maneiras de ferrar com os outros serão criadas por equipes de marketing. E, principalmente, existirão armas de fogo.

Armas. Uma boa idéia não? Muito prudente: torna a guerra mais rápido , nos protege melhor. Só que elas podem matar né; muito mais rápido, muito mais pessoas. Isso não é perigoso? pergunta o inocente. Não se ela for usada pelas mãos certas, dirão os especialista.

E quais seriam elas, as mãos de Jesus? Afinal não conheço um ser humano que em algum momento não perca as estribeiras, aliás conheço até muitos que não encontrariam suas estribeiras nem se estivessem na sua cara, dizendo “oi!”. O nosso mundo é criado para nos fazer perder a calma. Nós somos pagos para produzir a todo momento e precisamos de dinheiro para existir, um ciclo sem fim. A única coisa que evita boa parte dos nossos bons cidadãos de não sair metralhando as pessoas a sua volta numa fila de banco é o medo de que, se levantar a voz, irá levar uma porrada. Dê a eles um revólver e os potenciais são infinitos.

Malucos sempre existiram, armas nem sempre. Quanto de coragem alguém teria para matar com uma faca doméstica com aquelas serrinhas que exigem trabalho duro até para fatiar o bife da mamãe?


Sem arma de fogo, quem defenderia uma boca de fumo?
Sem arma de fogo, quem conseguiria matar 12 pessoas em tão pouco tempo?
Que governo corrupto duraria sem armas de fogo?

Mesmo assim elas estão aí, ao montes, pra quem quiser; pelo visto, falta gente com as mãos certas. Devemos procurar uma manicure talvez.


Agora, acima de tudo, além de qualquer problema, a única forma de responder a isso, é mostrar o nosso melhor lado. Não ser um babaca é o novo mandamento. Eu sei, é difícil, eu sei. Mas acredite, nós podemos amar. Se lembra? Os hippies disseram isso nos anos 60. Mas eles não tomavam banho, eram sujos e drogados. Nós estamos muito melhor: temos carros, celulares, pagamos nossas contas, usamos roupas limpas; é o futuro.

Meu caro, a única coisa que não se vive sem é o amor. Sem amor a pessoa pode andar por aí, mas é vazia.

Esperam que você fique com raiva, que fique em depressão e compre remédios, que tenha cada vez mais medo do seu vizinho; preconceitos aumentam, o medo leva, afinal, ao lado negro da força. E não foi um hippie que disse isso, foi mestre Yoda.

A única coisa que ninguém espera de você, que os corruptos nunca iriam compreender, que alguém que mata a sangue frio se esquece: é o amor.

Criemos mais formas de amar. Será nossa mais avançada tecnologia.

Escrevemos uma versão ampliada do Kama Sutra, uma nova página a cada novo dia. Amemos animais, gays, árvores, objetos inanimados, pobres, ricos, hippies, quadrados e até apresentadores de televisão.

Armas; já trabalhamos de mais nelas.

Só existe 1 melhoria a fazer no revólver e em seus parentes para se tornarem armas perfeitas: colocar um tampão de metal na boca do cano e soldar.

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