sábado, 16 de maio de 2009

Mil e nenhuma utilidade

Ontem faltou luz em casa. É um momento muito peculiar, porque você percebe que sem eletricidade você é o ser mais inútil que um panda, o animal mais depressivo e neurótico do mundo depois do Woody Allen. Quer dizer, eu de modo geral sei da minha inutilidade, mas há todos tipos de acessórios legais cheio de botões que fazem coisas curiosas para ajudar a me consolar e me distrair nessas horas. (e eu não estou falando aqui de vibradores, hein engraçadinhos?)
No minuto que as luzes se apagam, as pessoas começam a andar que nem zumbis a procura de uma vela. É um tal de bater com a canela nas mesas e com a cara nas paredes até que achem alguma só para, então, se verem a volta com a pergunta: E os, fósforos, onde diabos ele estão?!
Alguns com menos espírito e vontade, apenas abrem seus celulares e o abraçam numa posição fetal. Lá eles ficam, incubados, a espera do retorno de alguns watts para que possam renascer.
E quando retornam, quando os ventiladores voltam a girar, o jornal nacional a aparecer falando sobre como o Brasil está enfrentando a crise e principalmente quando você percebe que todo esse tempo estava fazendo xixi fora da privada; é a alegria(não a de quem for lavar o banheiro, é claro). Pessoas pulam e se abraçam; outros, orgulhosos, requisitando a sua presença nos anais da história, bradam "não avisei que ia voltar! eu sei do que to falando!"
Todos passaram por pouco de perceberem as suas limitações quanto seres vivos e voltarem a dizer ugauga.

O que eu quis dizer é que foi um tédio a noite no escuro.

Rio, 24/04/09.

sexta-feira, 15 de maio de 2009

A minha família pensa que sou hippie
Os estudantes caretas, que sou maconheiro comunista
e os drogados doidões, que sou careta punheteiro
Chefes vão dizer: Este é um genial incompetente! Logo antes de me demitirem
As mulheres acham que não acham que há o que se achar.
Então, pergunto
Quem me conhecer de querer há?

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Insônia

Me reviro que viro na cama e nada. O jeito é aproveitar as horas extras mal dormidas e ver se os pensamentos tomam jeito e deixam de ficar pairando na noite a procura de encrenca.
Escrevo um pouco que posto no blog. Como é pouco não dá conta da minha inquietação, por isso entro no youtube para ver se tem algo para me distrair. Acaba por vir a minha cabeça o nome the do, e olha só. é com o ó riscado meio estilo russo. Sei lá. Escuto e gosto, é gostoso de ouvir a voz da moça e não é nem um pouco parecido com cold play, como eu tinha medo de ser. Vejo mais algumas coisas esquecíveis e finalmente os meus pensamentos parecem se assentar em seus devidos aposentos no cérebro. Eu igualmente vou pro meu, mas a insônia puxa a minha coberta e me empurra do col-pro-chão. De todas as companheiras, essa é última que se quer na cama.

domingo, 10 de maio de 2009

É o que digo pra mim, mas não sei se acredito

Aceitar a dor
Aceitar o mal
Aceitar a morte
Transformar tudo isso num riso
E seguir em frente
entre
diante
ponderante
à poça de sangue da vida.

.

O mané tá no chão e o bandido aponta a 9mm pra ele. E o policial aponta o fuzil fodido no cangote do marginal. Mas o policial tá no olho da M-16 do traficante bolado, que ta na mira da milícia, que ta visada pelos milicos, tudo no olho do microfone do jornalista metido. E os políticos? Tão é com uma bomba nuclear apontada pra cima de todos!

quinta-feira, 7 de maio de 2009

atenção

O amor perdeu o ponto
Você acaba de saltar na terra da ironia





Sem passagens de volta.