domingo, 24 de agosto de 2008

Como morrem as idéias

O branco da parede me encara e eu devolvo o olhar. Esse embate toma a maior parte dos meus dias; eu largado na cama, catatônico e ela inflexível como sempre. De repente, algo passa pela minha cabeça. Pisco. Será uma idéia? Não, foi só um pedaço de reboco que caiu do teto. Cara, devo estar a algum bom tempo assim. Droga, agora a parede venceu. Antes de recomeçar a partida do zero, pego um sino ao lado da cama, quebrando a imobilidade. O retinir do metal toca uma, duas e uma terceira vez insistentemente, mas sempre é acompanhado do silêncio.
-Manhê, traz um sanduba pra mim!!!-grito- com fome e estou ocupado demais tendo idéias brilhantes para ir até a cozinha!!!
Mas ninguém atende. Sinceramente, penso, Não há mais condições de se viver assim, é sub-humano. Já não vale mais a mesada! Peraí! Mesada, mesada... O mistério de um garoto que perde sua mesada. Intrigas entre família, um assassinato acontece e e e e... me perdi. Droga. Seria mais fácil se eu escrevesse sobre falta de inspiração. Todo grande artista fala sobre isso uma hora ou outra, e eu seria melhor porque faria uma trilogia que venderia para hollywood. ! Pois então, é isso que eu vou fazer. Satisfeito, pego o controle remoto e ligo a TV; está passando uma maratona de Lost. Tem sempre alguma coisa que você só percebe na quarta reprise. Afundo no travesseiro.
Nunca dá tempo de transpor as idéias e elas se esvaem tão rápido.