sábado, 16 de maio de 2009

Mil e nenhuma utilidade

Ontem faltou luz em casa. É um momento muito peculiar, porque você percebe que sem eletricidade você é o ser mais inútil que um panda, o animal mais depressivo e neurótico do mundo depois do Woody Allen. Quer dizer, eu de modo geral sei da minha inutilidade, mas há todos tipos de acessórios legais cheio de botões que fazem coisas curiosas para ajudar a me consolar e me distrair nessas horas. (e eu não estou falando aqui de vibradores, hein engraçadinhos?)
No minuto que as luzes se apagam, as pessoas começam a andar que nem zumbis a procura de uma vela. É um tal de bater com a canela nas mesas e com a cara nas paredes até que achem alguma só para, então, se verem a volta com a pergunta: E os, fósforos, onde diabos ele estão?!
Alguns com menos espírito e vontade, apenas abrem seus celulares e o abraçam numa posição fetal. Lá eles ficam, incubados, a espera do retorno de alguns watts para que possam renascer.
E quando retornam, quando os ventiladores voltam a girar, o jornal nacional a aparecer falando sobre como o Brasil está enfrentando a crise e principalmente quando você percebe que todo esse tempo estava fazendo xixi fora da privada; é a alegria(não a de quem for lavar o banheiro, é claro). Pessoas pulam e se abraçam; outros, orgulhosos, requisitando a sua presença nos anais da história, bradam "não avisei que ia voltar! eu sei do que to falando!"
Todos passaram por pouco de perceberem as suas limitações quanto seres vivos e voltarem a dizer ugauga.

O que eu quis dizer é que foi um tédio a noite no escuro.

Rio, 24/04/09.

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