quinta-feira, 24 de maio de 2007

Como eu quase fiz um amigo no 457

O ônibus 457 estava cheio e o trânsito ruim, essas coisas do cotidiano... porém, um lugar sentado perto da janela com o vento frio batendo no rosto me dava o necessário para fugir do espaço físico e viajar pelo mundo espiritual, onde eu costumo dar cantadas na carmem miranda. Ela sempre me ignora, mas, também, não posso reclamar muito ao tentar iniciar conversas com um "Hei, pode me ver uma fruta?". De qualquer forma, meu estado de meditação foi quebrado por um garotinho, sentado ,ao meu lado, no colo de uma menina que fazia um sofá sentir vergonha.
-Você vai soltar no Maracanã? -me perguntou, com voz de alguém que estava entediado de toda a viagem.
-Não.
Fiquei animado, alguém tinha falado comigo! E ele não estava fazendo nenhum movimento ameaçador em direção ao meu rosto. Tentei pensar em alguma coisa de interessante para dizer, mas me lembrei logo por que as pessoas não costumam conversar comigo. Nunca tenho nada para dizer. Pelo menos nada que seja coerente e dito numa dicção compreensível. Felizmente, ele se adiantou na conversa.
-Então pra que você pegou esse ônibus se você não vai pro Maracanã? - a voz dele funcionava como uma montanha russa, começava alta e atingia um decréscimo sonoro no final, parecendo um lamento.
-Ora, porque esse ônibus passa por muitos outros bairros. - eu disse com ares de entendedor do assunto. Porque nunca cai uma questão dessas na faculdade?
-Aaahh! esse ônibus balança muito! saco!
Uau! Olhei para o relógio, já havia se passado muitos segundos de conversa. Será que deveria lhe contar sobre o Mundo Inferior e sobre todos os segredos nerds? Não, não é bom apressar as coisas. Deveria lhe ensinar um palavrão melhor do que saco, algo que compreendesse toda a falta de preocupação com os direitos humanos que é a linha 457. Algo como "puta que pariu!caralho!!MOTORISTA , ÔÔ SEU MOTORISTA VIADO!" Mas a mãe do menino, que estava em pé, inspecionava a conversa.
-É por causa das saliências na estrada. -tentei, de novo, dá uma de espertinho.
-Hummm... -pensou o garoto - acho q não.
Havia estragado tudo. Quando o elo de amizade estava prestes a se unir, eu o quebrei. E agora?
-Então... gosta de Bob Esponja? - tentei mais uma vez - Eu tenho o album!
-Não. -disse o pirralho, tirando meleca do nariz. -nessa hora, to conversando com minha namorada no telefone.
-Ah - sim, eu o havia perdido - mas...
-Tá na hora de descer, Rodrigo. -disse a mãe puxando a sua mão. Ele se levantou da Srta. Sofá ambulante e gritou "Finalmente!".
Os vi abrirem caminho pela multidão e passarem pela porta. O ônibus andou, o vento frio soprou no meu rosto desiludido. Alguém cantou uma música um funk triste sobre uma puta que deu os dois homens e descobriu, dps, para seu desespero, q um deles não era católico.
Me virei para a janela e pensei em zoar o Noel Rosa por ele não ter queixo. Tlvz assim a Carmem Miranda me achasse maneiro.

quinta-feira, 10 de maio de 2007

O objetivo sempre foge de mim
uma brisa no verão
mas ainda q destrua o meu coração... preciso tentar mais uma vez...

só mais uma vez...

(Poema escrito por Wile E. Coyote, qndo ficou na cama do hospital durante meses, após uma falha no detonador ACME combinada com uma total falta de segurança do sistema de roldanas ACME. Basta dizer q a dinamite explodiu na hora errada, fazendo com q o sistema de roldanas funcionasse e jogasse uma bigorna numa velocidade impressionante em cima da cabeça do consumidor. Isso causou além de dores absurdas, um distúrbio no terreno q contribuiu para a queda de uma pedra gigante, apoiada numa pqna colina, em cima de Coyote... um pouco antes da área ser usada para testes nucleares. Papaléguas, que curtia uma tequila com seu amigo Ligeirinho num bar a alguns km de distância, afirmou q foi um belo espetáculo. )

quarta-feira, 9 de maio de 2007

Momento

Em determinados momentos da vida, alguns homens escrevem livros, plantam árvores e ... e não me lembro da terceira coisa... Mas, no meu caso, é mais fazer um fotolog e um blog para ser humilhado ou ignorado diariamente, coisa que já tenho prática no mundo real. Poderia dizer, modéstia à parte, que sou um artesão nisso, cuidando de cada fio de vergonha; esculpindo do barro o fracasso. Por isso (por isso o que?), fique ligado nos meus devaneios! Tentarei ser mais cuidadoso com isso aqui do que com o meu flog.
Um beijo de brinde para o primeiro comentário. Ai q vergonha.... vou perder a virgindade!

Obs: Eu não gostei do layout do blog. Qndo eu estiver com saco, eu mudo essa budega.